segunda-feira, 28 de abril de 2008

Roma, Centro do Mundo Cristão

ROMA, CENTRO DO MUNDO CRISTÃO

Desde os seus primórdios, como aldeia de pastores no Monte Palatino, Roma transformou-se num vasto império que se estendia do Norte da Inglaterra ao Norte da África. Mais tarde, após a queda do império, Roma tornou-se o centro do mundo cristão. Numerosos artistas e arquitectos afluíram à cidade ao serviço dos Papas adornando-a com famosas atracções: é rica em belas igrejas e templos, museus e galerias, fontes e obeliscos.
Como centro de cristandade, Roma ultrapassa o âmbito de capital da Itália, vai além das fronteiras da Europa para dar lugar à universalidade do povo de Deus. Testemunhas dessa universalidade são testemunhas os numerosos encontros do Papa com as multidões na Praça e Basílica de S. Pedro que afluem a Roma oriundas de todas as partes do mundo, a numerosa população estudantil que frequenta as Universidades tão cheias de matiz étnico e linguístico, a 5ª Peregrinação das Universidades de Roma a Assis, na qual tive oportunidade de participar e que tenho o prazer de partilhar.
No dia 10 de Novembro às 7 horas, com sol esplendoroso, partiram 70 autocarros com mais de três mil jovens em direcção a Assis para rezar. O tema era: “Eis que estou convosco todos os dias até aos confins do mundo”.
Chegados às 9,45 horas fomos acolhidos por S. Ex.cia Rev.ma Mons. Domenico Sorrentino junto da Basílica de S.ta Maria dos Anjos. Partimos juntos rezando o terço e cantando. A 2ª etapa consistiu numa partilha em pequenos grupos sobre as perguntas: Porque venho a Assis? O que espero encontrar? Que coisa me fascina na vida de S. Francisco e de S.ta Clara? Que quero pedir a S. Francisco e S.ta Clara? A 3ª etapa da caminhada constou da preparação da confissão com exame de consciência guiado.
Chegados à Basílica de S. Francisco tivemos adoração solene do Santíssimo animada pelos diversos grupos. Seguiu-se o almoço (farnel) e visita por grupos às Basílicas de S.ta Clara e S. Damião. Às 16 horas Celebração da Eucaristia na Basílica de S.ta Maria dos Anjos presidida por S. Ex.cia Mons. Fernando Filoni. O Senhor Bispo na homilia acentuou o valor da cultura na Igreja e na sociedade; elogiou e incentivou a Pastoral Universitária a nível de Roma e apelou a um empenho evangelizador através de uma vida ancorada em Cristo.









P. João M. Haw:
Construindo os alicerces de um processo…

“Feliz quem conhece Jesus,
mais feliz quem O ama,
plenamente feliz quem n´Ele vive”. (P. João M. Haw, 1937)

Com este pensamento do nosso Fundador, numa linha crescente de conhecer o Mestre, amá-Lo e ser feliz n´Ele exprime a tarefa nunca terminada daquele que se põe a caminho. Penso que ele, diria hoje a cada um(a) que também o conhecimento contínuo da Pessoa de Jesus Cristo, numa linha de Formação permanente, tem que ser um esforço contínuo.
É assim que estou tentando interpretar a minha estadia em Roma, frequentando o XXIV Curso de Formação de Postuladores, promovido pela Sagrada Congregação para as Causas dos Santos.
Decorre na Universidade Pontifícia Augustinianum/Instituto Patrístico. Somos 62 participantes (sacerdotes, religiosas e leigos) de 20 países diferentes.
Os conhecimentos administrados durante o Curso estão articulados em três partes: a primeira de carácter teológico; a segunda de carácter histórico-hagiográfico; a terceira de carácter jurídico.
Ao lado da teoria, existem aulas práticas na Sagrada Congregação para as Causas dos Santos. Esta, consciente da grande, delicada e exigente missão que nos será confiada no futuro, não se descuida em nos colocar à disposição os melhores peritos em teologia, história-hagiográfica e Direito Canónico que existem em Roma.
Para adquirir um Diploma teremos que fazer exame escrito e oral.
O nosso Superior Maior, como Prefeito da Congregação, é sua Ex.cia Rev.ma o Cardeal José Saraiva Martins, muito trabalhador, atento e acolhedor.

Aqui de Roma saúdo todos os que estão ligados à Obra do P. João Maria Haw e peço para rezarem que, se for da vontade de Deus, o Processo da sua beatificação avance sem entraves; que a sua vida de virtude seja reconhecida pela Igreja para a glória de Deus e bem da humanidade.

Irmã Celeste Gonçalves

terça-feira, 15 de abril de 2008

Ao jeito de Jesus Cristo…

Por força do nosso Baptismo somos Cristãos, somos Igreja, uma Igreja Universal, sem fronteiras. Somos convidados a amar e servir ao jeito de Jesus Cristo, num amor solidário com todos e, em especial, com os mais débeis, os mal amados, os mais pobres.
Quando rezamos a oração que Jesus nos ensinou – O Pai Nosso – não dizemos “Pai meu”. Quando pedimos “o pão nosso de cada dia…” é porque acreditamos que, sendo filhos do mesmo Pai, somos irmãos uns dos outros. Por isso pedimos o pão para “nós”, para toda a família.
Sabemos que a identidade da Igreja assenta em três dimensões: – o Anúncio da Palavra, os Sacramentos e a Caridade. Não é possível fazer separação entre elas, ou suprimir alguma, porque fazem parte da natureza da Igreja.
O convite de Jesus Cristo é actual e atinge todos nós. Não podemos amar Deus sem amar os outros, porque em Jesus, o Amor de Deus e o Amor do próximo uniram-se num só.
Nas Eucaristias, em que participamos, temos de fazer palpitar a vida das comunidades e articular a Missa com o serviço fraterno, a partilha. Só assim é possível vivermos a espiritualidade da comunhão, pois descobrimos que o outro faz parte de mim. O outro, o irmão, está incluído no Corpo Místico de Cristo.
Então que sentido tem continuarem a existir, ao nosso lado, mais perto ou mais longe, no globo terrestre, irmãos nossos a morrer ignorados, sem pão, sem amor?
A resposta, certamente, está na ausência do sentido de comunidade.
Na sua primeira encíclica – “Deus Caritas Est” – o Papa Bento XVI salienta que, o dever do serviço da caridade, tanto atinge individualmente os cristãos, como a Igreja enquanto Comunidade. Diz ainda o Papa que a Igreja não pode limitar-se às preocupações com os pobres da sua comunidade local, diocese, paróquia. Cita a Parábola do Bom Samaritano, que é bem clara, quanto ao Universalismo do amor ao próximo. Sublinha assim a partilha entre regiões, países, dioceses, paróquias…
No fundo, o que precisamos, é de vivermos como Família de Deus. Se assim for, iremos agir em amor, a todo o momento. Então tudo é de todos, em fraternidade universal.
Sabemos que, em cada 3 segundos, morre uma pessoa devido à fome, neste mundo que habitamos. Sabemos também que isso se evitaria, se cada um de nós, ao menos, deixasse o supérfluo.
A mudança pode começar por nós. Um novo estilo de vida, de consumo, de partilha. No fundo é entrar na Economia da Comunhão.
Neste trabalho Missionário em que nos lançámos há alguns anos, em casal, descobrimos como ficamos inundados de alegria, ao abrir as nossas mãos ao serviço do próximo.
Tudo o que fazemos é uma gota de água, no oceano imenso de tantas carências. No entanto consola-nos saber que, através das pessoas que acolhem a Mensagem do Amor Solidário, vamos recolhendo pão para saciar a fome.
Neste momento temos a colaborar connosco 297 Padrinhos e Madrinhas, de 334 crianças, e 50 Benfeitores (Nampula e Ribáuè) além de 29 Padrinhos e Madrinhas de 31 seminaristas diocesanos. Eles possibilitam, com a sua generosa ajuda, a vida e a promoção humana, na Missão de Moçambique, onde as Irmãs de S. João Baptista dedicadamente estão presentes a servir.
As paróquias, grupos de catequese, escolas, amigos e grupos de voluntários cristãos, a vários níveis, têm-nos dado tanto carinho e apoio, que só de joelhos podemos agradecer ao Senhor.
É um trabalho a que nos dedicamos, a tempo inteiro, pois optámos por Jesus no Irmão carenciado. Cada dia, mesmo aos fins-de-semana, vamos batendo à porta dos corações de boa vontade e recolhendo migalhas para os irmãos que sofrem.
Nem sempre somos compreendidos. Há quem olhe para nós achando que somos “tontinhos”. Deixar assim tudo? Que tolice! Sorrimos, mesmo sabendo que, por vezes, não encontramos pessoas “no mesmo comprimento de onda”.
O que importa é dar a vida, para que outros tenham vida, e fazer sempre mais e melhor.
O que muito desejamos é lutar pela globalização do Amor, é Amar e Servir, ao jeito de Jesus Cristo!

Maria Helena e Nuno Osório Gonçalves
Contactos: 96 321 2002 / 96 034 6168 / e-mail: lenanunosorio@yahoo.com

Pronto-a-vestir e divórcio na hora

António Marcelino

. Em período nenhum da nossa história, pelo que sei, se praticaram tantos e tão grandes ataques e desconsiderações em relação à família, como no tempo presente.
Ainda há muita gente entre nós a viver de um ódio inconsistente e doentio, que colou valores fundamentais a sistemas políticos transitórios. A trilogia Deus, Pátria e Família continua a ridicularizar-se, como reminiscência de uma realidade fascista a abater.
Sem qualquer discernimento crítico sobre o que poderia ter sido exagerado e redutor nos referidos sistemas e o que constituía preocupação por defender e promover realidades e valores a respeitar e fontes inspiradoras a defender para segurança e bem da vida pessoal e comunitária, abriu-se caminho ao “bulldozer” arrasador de tudo o que parece a alguns ser património nefasto de um passado recente, que se quer renegar, mas acerca do qual não se procurou aprofundar nem a sua história, nem o seu sentido.
O ódio e a incultura, pela cegueira que comportam, são sempre inimigos da sociedade.
Os novos corifeus do poder político, que dizem emanado de um povo que não ouvem nem respeitam, e os do poder intelectual, narcisistas, que pararam no século das luzes, dizem-se, na sua maioria, em relação a Deus, agnósticos, à Pátria, estrangeiros, à Família, indiferentes. Tomam posturas cegas ao dizerem que só lhes interessa quem concorda com eles, não se importam, perante interesses pessoais e ideológicos, de negar hoje o que afirmaram ontem, ou de se manifestarem, com manha e hipocrisia, de acordo com tudo e com todos, se deste modo esperam tirar maior proveito.
As ideologias esvaziaram-se, a palavra já não é de honra, o povo é o seu grupo de apoiantes, a verdade e os valores universais relativizaram-se, quem diverge é inimigo, quem apoia espera favores, quem pensa está fora da realidade, quem não pensa é promovido… A vida política entrou em descrédito, os arrivistas invadem a rua e não só a rua, o programa da terra queimada vai alastrando, multiplica-se o número dos dogmáticos entre os que sempre reagiram a dogmas, o projecto é de mais jogos e menos pão, renasce o ditado de que “com bolos se enganam os tolos”. Parece que o céu se foi fechando, o sol deixando de iluminar, aumentando o clamor do “salve-se quem puder”. Instala-se, assim, um clima que fere de morte instituições básicas e mata o interesse das pessoas sérias em relação ao serviço público à comunidade.
A visão parece catastrófica. Porém, nunca a esperança se desvanece em quem acredita que a morte já foi para sempre vencida. Mais se trata de um grito que convida a acordar, a agir, a ler a realidade com os ventos perigosos que traz no seu seio, do que de um pregão de desgraça, que convida a desistir, fugir da convivência, ou mesmo a emigrar..
Uma situação cheia de consequências, que gera preocupação e suscita repulsa, está à vista na destruição programada da família. À revelia da Constituição, do bem senso e do respeito pelos outros, deixou de ser considerada fundamento da vida em sociedade e espaço indispensável da dignificação e humanização dos seus membros, mormente dos mais indefesos, sejam eles crianças ou idosos. Os legisladores, apoiados numa votação favorável, por demais garantida, voltaram-se para a presumível solução e satisfação de casos e interesses individuais, para o caso de muitos deles, os seus próprios interesses. Haja em vista o que acontece em relação ao divórcio. A pretexto de uma solução possível, ainda que sempre manca, de alguns problemas graves que, infelizmente, não faltam, as leis que aí temos denunciam que a família é uma ilusão e um prejuízo, a que não vale a pena dar qualquer atenção. Até se beneficia com isso. Ante os devaneios de quem casou, sabe-se lá porquê, sem dar sentido de responsabilidade ao acto, põe-se--lhe ali à mão, ao lado do “pronto-a-vestir”, o “divórcio na hora”. Favor a quem não quer lutar e castigo a quem diz que família é coisa séria. Voltarei a este tema, que o pano dá.
Mas, ao menos, temos um Portugal mais moderno e mais considerado fora de portas!...

AS VOZES DOS PAIS

domingo, 13 de Abril de 2008


Numa sociedade em rápida mudança, com os adolescentes a socializarem-se fora do quadro tradicional de referência (família e escola) e a viverem experiências novas que os adultos desconhecem (Internet), vale a pena os pais lutarem para que a sua voz seja ouvida? Estou convicto que sim e digo mais: nunca, como agora, é crucial que não desistam, porque a sua possível perda de influência pela chegada da "segunda família" (ver crónica da semana passada) deve levar a novas formas de comunicar e de educar.
O tema foi-me sugerido no debate que se seguiu ao lançamento de mais dois livros de Pedro Strecht , "Final feliz" e "Gosto de ti como és" ( Editora Assírio & Alvim). Nessa altura falei das vozes dos pais juntos dos filhos nos dias de hoje e, sem querer simplificar as ideias lá expostas por vários participantes, resolvi trazê-las para aqui.
A melhor voz dos pais deve ser baixa. É difícil e pouco oportuno gritar o amor e esse deve continuar a ser o sentimento predominante entre pais e filhos. Quantas discussões acabariam mais depressa se todos se habituassem a não gritar e a expressar os seus pontos de vista de modo firme, mas calmo! Depois, convém que seja a voz da não repetição. Ditas as coisas uma vez, não interessa massacrar: ninguém muda só porque houve muitas vezes o mesmo ralho ou a mesma recomendação. Na interacção com filhos adolescentes, os pais repetem sem cessar directrizes educativas que sabem já não ser eficazes; e os filhos respondem com promessas que sabem à partida não ir cumprir.
E a voz do exemplo, claro. A coerência dos pais é vital: se o comportamento dos pais for o oposto do que recomendam o êxito será pouco provável. Se o pai consome haxixe o seu discurso "anti-drogas" será inútil. Não esquecer a voz do poder: sempre que estiver em causa a saúde e a segurança dos filhos, não há que hesitar, não é o momento de negociar! E aí deve entrar a voz da segurança: a imaturidade de muitos pais e a sua identificação romântica com os filhos ao transformá-los em amigos, com o consequente apagamento do fosso intergeracional, tem conduzido a famílias sem limites internos, onde ninguém sabe o seu papel, nem as barreiras que deve respeitar. A voz da disciplina, na família e na escola, tem de se fazer ouvir a cada momento: não a disciplina do passado, baseada no medo e na sistemática humilhação dos mais novos, mas a disciplina construída através de uma relação de respeito mútuo, a ter como objectivo fundamental não o castigo ofensivo, mas a reconciliação futura e, sobretudo, a experiência do reconhecimento do erro e a procura de alternativas de comportamento.
Há vozes dos pais boas e más, os leitores que perdoem esta linguagem simplista. São vozes más as que fomentam a intriga (por exemplo, quando os pais recolhem informações nos amigos às escondidas dos filhos), a inveja, a culpa ou a acusação. Quando os pais projectam nos filhos os sentimentos negativos que estão a sentir em relação a outras pessoas e os acusam de coisas que só na aparência dizem respeito aos mais novos. Ou quando os pais, dominados pelos seus próprios sentimentos de insegurança, deitam a sua própria fraqueza para cima dos filhos inquietos. São vozes boas: " deves fazer o melhor possível, mas não te inquietes se não fores o melhor"; ou "põe-te no lugar do outro" (a perda deste sentimento do outro é característica de muitas crianças e adolescentes actuais, habituadas a uma gratificação imediata e incapazes de sair da sua posição de autocontemplação). Outra voz boa poderá ser: "vais conseguir, se te esforçares com persistência", porque o incentivo ao esforço continuado é um dos êxitos seguros na educação. E também é uma voz boa " pensa antes de agir": sobretudo os adolescentes agem muitas vezes sem reflectir, nesta sociedade "sensorial" que fomenta o constante sentir em vez de pensar. A frase dos nossos avós " vê lá até onde podes ir" mantém toda a actualidade!
Perante as dúvidas, a indisciplina e insegurança de tanta gente nova, a resposta só pode ser uma: a voz coerente de mais adultos.

À PROCURA DA PALAVRA

P. Vítor Gonçalves

DOMINGO V DA PÁSCOA Ano A

“As palavras que Eu vos digo, não as digo por Mim próprio;
mas é o Pai, permanecendo em Mim, que faz as obras.”
Jo 14, 10

Com que voz?

Dizem os pediatras que o bébé aprende a reconhecer as vozes ainda mesmo na barriga da mãe. E não é preciso ninguém dizer-nos que há vozes que nos transmitem paz, segurança e alegria, e outras não. Não guardamos dentro de nós vozes e palavras que são pilares n a nossa construção pessoal? E talvez outras, de que era importante libertarmo-nos, porque funcionam como "discos riscados" a impedir o crescimento da melodia das nossas vidas!
No meio de tantas vozes, partilho convosco o eco da serena e lúcida reflexão de Daniel Sampaio na Pública de domingo passado sobre "as vozes dos pais". Começa por dizer que a voz dos pais deve ser baixa ("É difícil e pouco oportuno gritar o amor..."), seja a voz da não repetição ("Ditas as coisas uma vez, não interessa massacrar..."), a voz do exemplo ("A coerência dos pais é vital..."), a voz do poder ("sempre que estiver em causa a saúde e segurança dos filhos, não há que hesitar..."), a voz da segurança, e a voz da disciplina ("construída através de uma relação de respeito mútuo"). Com o risco do simplismo, há para Daniel Sampaio, vozes boas e vozes más, umas a construir e outras a dificultar o crescimento: "perante as dúvidas, indisciplina e insegurança de tanta gente nova, a resposta só pode ser uma: a voz coerente de mais adultos".
Neste cruzar de linhas da vida e do Evangelho pergunto-me: com que voz procuramos transmitir aquilo que dizemos encher-nos o coração? O que podemos aprender, como pais e educadores, como cristãos e corresponsáveis, destas sugestões de Daniel Sampaio? Os conteúdos, os valores podem não passar de "ideias bonitas" se não compreendermos e amarmos a realidade, e, principalmente se não os vivermos com coragem e alegria. Espanto-me sempre com a pedagogia de Jesus: entrou profundamente na realidade humana e captou nela "Deus a dizer-se" nas pessoas; foi no ritmo da vida partilhada que se foi revelando "um com o Pai", com a voz e as obras do Pai. Uma voz que primeiro se detém a escutar o clamor, a dor, a sede de justiça e verdade do outro, e só depois pronuncia a límpida e única palavra do amor incondicional. Uma voz que abre caminhos novos e revela qualidades escondidas.
Não creio que as relações entre pessoas possam resultar de "cartilhas decoradas" ou "receitas milagrosas". Todo o diálogo implica descer do "pedestal" e vir à terra sujar os pés. Olhar de frente a realidade, descobrindo nela a voz de Deus é condição dos discípulos de Cristo. Com que voz damos conta dessa descoberta?

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Uma Voz Clama no Deserto: "Preparai os Caminhos do Senhor, Endireitai as Suas Veredas!"

Este blog é dedicado aos Missionários e Irmãs de São João Baptista, presentes na Alemanha, em Portugal, em Moçambique, na India e no Montenegro, bem como a todos os seus colaboradores e amigos espalhados pelo mundo.

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