sábado, 3 de maio de 2008

À PROCURA DA PALAVRA


P. Vítor Gonçalves

DOMINGO IV DA PÁSCOA Ano A

Eu vim para que as minhas ovelhas tenham vida

e a tenham em abundância.

Jo 10, 10

Deste alegria a alguém?

Ainda que não sejamos os melhores juízes em causa própria, em momentos determinados da vida é necessário fazermos algum "balanço". Pela sua fragilidade, pelas mudanças que não dependem de nós e pelas que provocamos, pelo possível olhar de 360 graus, a vida merece uma pequena pausa para pensar e escutar quem connosco vai. Não se trata de fazer o "juízo final" particular mas de, serenamente, avaliar a qualidade de vida que estamos a construir.

Um pouco à maneira da conversa, no alto da pirâmides, dos dois personagens do recente filme de Rob Reiner, "Nunca é tarde demais" que falam das duas perguntas da tradição egípcia, colocadas a quem morreria: "Encontraste alegria na vida? Proporcionaste alegria a alguém?". Confrontados com a morte iminente descobrem-se companheiros de uma série de sonhos a realizar que os reconciliam consigo e com outros. Aprendendo em comum mas também confrontando-se a vencer a tentação tão frequente do "não há nada a fazer", partilham um dever e uma responsabilidade mútuas.

A vida em sociedade precisa de regras e regulamentos, projectos e avaliações. Constrói-se sobre direitos e deveres, uns a exigirem outros, e certamente os segundos a tornar possíveis os primeiros. Mas o essencial terá de ser anterior a toda a regulamentação: esse factor humano de confiança e inteligência, de verdade e amor, de liberdade e responsabilidade, de justiça e de paz que Deus inscreve no íntimo das pessoas que é fundamental ajudar a desenvolver desde criança. Não cuidar dessa "vida em abundância" que cada ser humano pode fazer crescer em si e nos outros é um empobrecimento enorme.

A "vida em abundância" de que fala Jesus é uma dádiva mas também um trabalho, um exercício constante em alargar os limites que nos são colocados. É descobrir na imagem do pastor aquele que cuida e promove (e não só protege), que confia e aposta, que abre caminhos à criatividade e à mudança, que compromete e avalia. Todos somos um pouco pastores na medida em que nos responsabilizamos por quem amamos e servimos. Ou mercenários, quando jogamos com a vida dos outros e o nosso poder sobre eles! A grande diferença está na orientação para a alegria, para a experiência jubilosa de a levar a outros. Uma alegria que gera dinamismos de responsabilidade, de dádiva de vida, de sonhos a concretizar. Pode ser outra a razão de tantos que procuram seguir Jesus em inumeráveis caminhos de vocação?

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Evangelho segundo São mateus

Naqueles dias, apareceu João Batista, pregando no deserto da Judéia.
2. Dizia ele: Fazei penitência porque está próximo o Reino dos céus.
3. Este é aquele de quem falou o profeta Isaías, quando disse: Uma voz clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas (Is 40,3).
4. João usava uma vestimenta de pêlos de camelo e um cinto de couro em volta dos rins. Alimentava-se de gafanhotos e mel silvestre.
5. Pessoas de Jerusalém, de toda a Judéia e de toda a circunvizinhança do Jordão vinham a ele.
6. Confessavam seus pecados e eram batizados por ele nas águas do Jordão.
7. Ao ver, porém, que muitos dos fariseus e dos saduceus vinham ao seu batismo, disse-lhes: Raça de víboras, quem vos ensinou a fugir da cólera vindoura?
8. Dai, pois, frutos de verdadeira penitência.
9. Não digais dentro de vós: Nós temos a Abraão por pai! Pois eu vos digo: Deus é poderoso para suscitar destas pedras filhos a Abraão.
10. O machado já está posto à raiz das árvores: toda árvore que não produzir bons frutos será cortada e lançada ao fogo.
11. Eu vos batizo com água, em sinal de penitência, mas aquele que virá depois de mim é mais poderoso do que eu e nem sou digno de carregar seus calçados. Ele vos batizará no Espírito Santo e em fogo.
12. Tem na mão a pá, limpará sua eira e recolherá o trigo ao celeiro. As palhas, porém, queimá-las-á num fogo inextinguível.
13. Da Galiléia foi Jesus ao Jordão ter com João, a fim de ser batizado por ele.
14. João recusava-se: Eu devo ser batizado por ti e tu vens a mim!
15. Mas Jesus lhe respondeu: Deixa por agora, pois convém cumpramos a justiça completa. Então João cedeu.
16. Depois que Jesus foi batizado, saiu logo da água. Eis que os céus se abriram e viu descer sobre ele, em forma de pomba, o Espírito de Deus.
17. E do céu baixou uma voz: Eis meu Filho muito amado em quem ponho minha afeição.

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Uma Voz Clama no Deserto: "Preparai os Caminhos do Senhor, Endireitai as Suas Veredas!"

Este blog é dedicado aos Missionários e Irmãs de São João Baptista, presentes na Alemanha, em Portugal, em Moçambique, na India e no Montenegro, bem como a todos os seus colaboradores e amigos espalhados pelo mundo.

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