Parabéns ao Edgar Cadir pela iniciativa deste Blog!
Estou a fazer o meu primeiro teste na utilização dum Blog, a ver se isto dá!
Se der, como espero, vamos utilizá-lo como meio de informação e comunicação entre nós, todos aqueles que, de uma forma ou outra, se sintam ligados à nossa Congregação.
Um Grande Abraço Fraterno,
Virgilio
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008
ASSOCIAÇÃO ANTIGOS ALUNOS - GOUVEIA
Publicada por Virgilio em 15:34
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Arquivo do blog
-
▼
2008
(16)
-
▼
fevereiro
(9)
- «É preciso que Ele cresça, e que eu diminua!», Obr...
- ASSOCIAÇÃO ANTIGOS ALUNOS - GOUVEIA
- Missa da Consagração das Irmãs: Olívia e Suzana, a...
- Casa das Irmãs de São João Baptista, Ribáuè-Nampul...
- Moçambique, à esquerda: Nampula (Montes Nairuco), ...
- Irmãs de São João Baptista, em Moçambique
- Caminhos Novos
- João Baptista
- União de São João
-
▼
fevereiro
(9)
Marcadores
Hierligações
Uma Voz Clama no Deserto: "Preparai os Caminhos do Senhor, Endireitai as Suas Veredas!"
Este blog é dedicado aos Missionários e Irmãs de São João Baptista, presentes na Alemanha, em Portugal, em Moçambique, na India e no Montenegro, bem como a todos os seus colaboradores e amigos espalhados pelo mundo.
Um comentário:
Olá Virgílio,
Nem sempre a disponibilidade se junta ás condições tecnológicas para responder ás mensagens que vão chegando. A falta de energia na Missão, impede-nos a proximidade mais constante. Esforço-me, pois sei que tem havido um interesse muito grande da parte de vários antigos-alunos em saber “novas” desta terra e do nosso trabalho. Junto um texto que escrevi e que vai ser publicado no “Noticias de Gouveia”. Penso que poderá ajudar a perceber a realidade que vivemos.
Um abraço extensivo para si, para a esposa e para os colegas que possa encontrar. P. Carlos Jacob
Actualidade em Moçambique
A noite trouxe a escuridão, a chuva, o silêncio. Os grilos e as rãs rompem o sossego com uma orquestra noctívaga e monocórdica. De momento, as fortes chuvadas arrefeceram a terra fumegante do calor tropical. As trovoadas, em várias frentes, proporcionam um jogo de cores e de sons. Teme-se sempre o pior perante este espectáculo gratuito, assombroso mas perigoso pela falta de pára-raios. O que tem de único e irrepetível cessa quando se ouvem as grossas bátegas que desabam perante o nosso olhar.
Estamos na época das chuvas, assim se chama a estação, em que de Dezembro a Maio chove quase diariamente. Este ano tem havido muita pluviosidade, o que avoluma os caudais dos rios, arrastando culturas, animais e até pessoas. Relatos dramáticos vão-nos chegando neste palco da natureza sempre aberto. Os actores são eternamente os mesmos: os pobres. Teimam em aproveitar a melhor terra de aluvião para as suas culturas, ou manter-se agarrados às tradições das suas origens. O certo é que são milhares os que vagueiam, no presente, em busca de um porto bem seguro. Fazem-se cálculos, estimativas, previsões.
Existe um conjunto de factores que explicam a situação relativa a estas cheias. Por um lado, a barragem de Cahora Bassa, apesar da sua enorme capacidade, não consegue armazenar o grande volume de águas dos rios que correm a montante. Ajuzante desta, o percurso do grande Zambeze faz-se por terrenos de fraco desnível, e para além disso recebe a água de muitos e importantes afluentes. Nestas condições, o Zambeze não consegue drenar todo o volume da água e dai se registar esta situação recorrente de inundações no Baixo-Zambeze.
É impossível suster a força titânica das torrentes de água. Lançam-se os pedidos. Multiplicam-se as ajudas, mas teme-se o pior como vem acontecendo quase anualmente – uma catástrofe. As ajudas internacionais ainda não foram accionadas, mas não faltam boas vontades que perante o impacte das imagens e dos relatos trágicos começam a erguer as pontes da solidariedade.
Vivemos numa aldeia global. Em fracções de segundos os nossos olhos vêem as janelas abertas de outros mundos. As notícias como surgem assim desaparecem. O certo é que a dor alheia nem sempre é a nossa dor. A distância não permite ter uma noção da realidade e por isso os sentimentos de paternalismo ou moralista. O continente africano luta por se erguer e seguir os seus rumos sem os ditames dos ocidentais. Para isso engendram-se formas de cruzar o passado com o presente. Não tem sido fácil esta luta quando os contratempos são muitos. Em Moçambique, todos os anos, e, sobretudo, nesta época vivemos condicionados por ciclos de chuva muito intensa e por isso muito destrutiva. Parece não haver forma de sair da pobreza absoluta em que se vive. Por mais esforços que se façam, opina-se, que só a resignação persiste. Mas, no íntimo de cada africano há sulcos invejáveis de esperança. È isso que os faz lutar. Sabem que o Bom Deus (Muluko) os irá um dia ajudar e o amanhã será diferente.
P. Carlos Jacob
Postar um comentário